Inevitável - Capitulo 80 Bônus

- Eu tenho um excelente advogado. - Eu abri os olhos e o vi sorrindo. - Meu Deus do céu Sophia, o que aconteceu com você?
- Jura que a primeira coisa que vai fazer é brigar comigo?

- Eu ia te dar um beijo, mas essa sua cara toda machucada significa que ao invés de ir ao médico cuidar do nosso bebê você foi arrumar confusão.
- Você tinha é que ver a outra pessoa. - Sorri lembrando de como ela ficou pior do que eu, e então ele riu.
- Você não existe. - Chegou perto e colou nossos narizes, mas não me beijou.
- Existo sim. - Disse e me aproximei iniciando o beijo, mas logo encerrando. - Me diga, como foi que saiu?
- Habeas Corpus, conhece? - Ele riu.
- Assim fácil? - Arqueei uma sobrancelha.
- Fácil? Sophia, é uma  da manhã. Está dormindo desde que horas? - Perguntou já rindo.
- Sei lá. - Então arregalei os olhos. - Felipe? - Ia levantar então ele me segurou.
- Está dormindo. Pensei que você o tivesse colocado pra dormir. - Deu de ombros.
- Isso aqui é um sonho né? - Perguntei olhando ao redor. - Eu tenho que acordar. - Dei um tapa na minha cara e ele caiu na gargalhada.
- Que sonho, maluca. Eu acabei de te acordar. - Disse ainda se contorcendo de rir.
- As coisas estão estranhas. Tô confusa. - Ele então parou de rir e fez carinho no meu rosto.
- Você só dormiu. Devia estar exausta depois dessa briga né. - Deu de ombros.
- Você está aqui, ileso? - Ainda na duvida, era bom de mais pra acreditar.
- Ileso? Agora eu tenho um processo contra mim, uma medida protetiva pra Luiza, tenho que ficar á duzentos metros dela e ela ainda quer a guarda do Felipe. Ileso não é um termo que eu usaria. - Então eu ri.
- Tudo está desmoronando e você está rindo do quê?
- Tudo está desmoronando, mas a gente está junto e eu sei que a tempestade vai passar. - Sorri e ele veio me dar outro beijo.
- Ah, como eu te amo, menina. - Sorri. - Agora deixa eu tomar um banho, que esse meu dia de presidiário não foi algo legal. - Se levantou rindo e foi pro banheiro.
Fiquei ali a sua espera, estava feliz e ao mesmo tempo apreensiva com essa historia toda. Então, depois de um tempo, ele finalmente saiu do banheiro e veio se deitar.
- Sabe, cadeia é realmente um lugar pra o qual eu não quero voltar. - Falou rindo.
- Você não vai... - Dei um selinho.
- Ah, espero que não mesmo. - Ele continuou rindo.
- Mica, você acha que tem chance da Luiza conseguir a guarda do Felipe? - Então seu sorriso se fechou.
- Sim, por causa desse maldito processo, ela tá alegando que eu sou má influência e perigoso. - Rolou os olhos.
- Mas ela abandonou vocês, como pode conseguir a guarda dele? - Minha voz soava desesperada.
- Quem tem prova de que ela nos abandonou? Ela pode simplesmente contar a historia que me contou no primeiro dia, Sophia. Ela é falsa, sabe fingir muito bem.
- Mas ela também não tem nenhuma prova de que aquilo foi verdade... - Rebati e ele assentiu. - Se ela mentir pro juiz...
- Ela tem que mentir, e a gente tem que descobrir a verdade, saber quem era ou é o amante dela. - Suspirou. - Porque por enquanto, eu estou bem encrencado por causa dessa jogada de mestre dela de me denunciar. Ela não dá ponto sem nó.
- Ela vai deixar uma ponta solta. Micael, ela voltou por algum motivo, eu não acredito que seja por amor. - Dei de ombros.
- Claro que não. Ela não deve nem se amar. - Rolou os olhos. - Ela está só cumprindo a ameaça de infernizar a nossa vida o máximo possível.
- Uma hora vão acabar as armas dela.
- Até lá a gente sofre com isso.
- Ela podia simplesmente dizer o que quer e sumir de novo, porque escolher o caminho complicado? - Botou as mãos atrás da cabeça e ficou olhando para o teto.
- Ego ferido, aposto que ela achou que ia voltar e você ia cair aos pés dela, mas não foi o que aconteceu. Ai ela ficou com raiva. - Ele me olhou e depois soltou um suspiro pesado.
- Será que se eu tivesse feito isso, a essa hora ela já estaria longe? - Desviou o olhar pro teto novamente.
- Teria largado você de novo, e nem eu estaria aqui. - Me olhou assustado.
- Credo, Sophia. - Dei um beijo em seu peitoral e deitei minha cabeça ali.
- Vamos parar com esses assuntos. Você precisa descansar. - Suspirou e assentiu virando de lado e me abraçando. - Te amo. - Sussurrei, mas aposto que estava tão cansado, que não era capaz de me ouvir. Eu apenas me aconcheguei em seu peito e aproveitei seus braços ao meu redor, assim, com certeza dormiria mil vezes melhor.

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