Inevitável - Capitulo 84

- Amor? - Micael me gritou do banheiro. - Pode me trazer a toalha? Esqueci.
- Tô indo. - Gritei de volta e fui atrás da porta buscar a toalha pra ele. Entrei no banheiro e o olhei de cima a baixo. - Você ai todo gostoso e eu imensa desse jeito.

- Você não tá imensa. - Rolou os olhos. - Continua gostosa.
- Fala sério né, Micael. - Bufei e coloquei a toalha em cima do vaso sanitário e sai, sentando na cama de bico. Meus hormônios estavam a flor da pele. Depois de um tempo, ele saiu e se sentou do meu lado.
- Deixa de ser boba. Você está ainda mais linda ainda agora com esse barrigão e a minha princesa dentro de você. - Levantou meu rosto com o indicador e me deu um selinho.
- Você lida todo dia com um monte de clientes lindas e tal. - Percebi que estava quase chorando já. Ai Senhor.
- Ou, só tenho olhos pra você. - Eu respirei fundo.
- Ok, me desculpa. - Me abraçou e eu fiquei ali por mais tempo que o necessário.
- Você não tem culpa, Dengo. - Sorri. - Tenho uma coisa pra sugerir, mas não sei se vai gostar muito...
- O quê? - Levantei a cabeça curiosa.
- Meu pai hoje, sugeriu que nós fossemos passar um tempo lá, ao invés de alugar uma casa. - Deu de ombros. Eu sabia que não estava realmente a vontade, já que o excesso de brincadeiras do pai ás vezes o irritava.
- E você respondeu o quê? - Ergui uma sobrancelha.
- Que ia falar com você, logico. - Sorri. - Não quero que não se sinta á vontade.
- Micael, eu adoro seu pai, acho ele divertido. - Ele bufou. - Eu acho que é você que tem que se sentir a vontade com isso.
- Não preciso me sentir a vontade se você estiver. - Outra vez repediu o movimento de dar de ombros. - Eu só acho uma boa ideia, porque ai o dinheiro que a gente paga de aluguel, a gente já guarda pra inteirar na entrada. Vamos acabar antes.
- Tudo bem, pode ser. - Sorri pra ele. - Só não sei porque já não pega sua parte do dinheiro e dá uma entrada em outra logo...
- Porque eu queria uma com três quartos e quintal. Vai sair bem mais cara do que essa casa aqui.
- Pra quê tudo isso? - franzi o cenho. - As crianças podem dormir juntas.
- Agora né, amor. - Sorriu. - Daqui a pouco, a Emily vai querer a privacidade dela e o Felipe e o irmão podem ficar juntos.
- Felipe e o irmão? - Disse séria. - Tem um filho por ai e eu não sei?
- Até parece... Tô falando do nosso caçulinha. - Colou a testa na minha.
- Micael, Emily nem nasceu, vamos com calma. - Ri.
- Claro amor, tudo que você quiser. - Me beijou.

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Essa semana foi um pouco triste para Micael. Eu pude sentir. Ele fechou o contrato com um cara e vendeu a casa por sei lá quantos mil e nós estávamos morando já com Jorge e Marlon. Eu não achava ruim, na maioria os três estavam trabalhando e eu ficava em casa com Felipe. Faltava uma semana pra completar 8 meses e já não estava aguentando mais. Essa barriga pesava muito. Estava deitada no sofá com os pés pra cima quando a campainha tocou. Fui atender e me surpreendi.

- Tá fazendo o que aqui? - Perguntei já ignorante.
- Quero ver o meu filho. - Luiza respondeu no mesmo tom.
- Como você sabia que a gente estava aqui? - Perguntei ainda sem abrir o portão.
- Sophia, Micael não pode simplesmente me mudar e não me deixar o endereço pra ver meu filho. Já que vocês não levam ele pra eu ver.
- Claro que a gente não leva. Tem uma medida protetiva para o Micael ficar longe de você e eu sinceramente não saio nem de casa. - Abri o portão contra a minha vontade e ela entrou, me analisando de cima abaixo.
- Você está imensa. - Ela sorriu, mas seu tom, por incrível que pareça, era de brincadeira.
- Acredite, não por opção. - Entramos e eu logo me sentei no sofá outra vez. - Não vou me dar ao trabalho de te tratar bem. Felipe está no quintal. - Ela rolou os olhos.
- Eu olho pra você assim e me lembro de quando eu estava gravida. - Ela sorriu, mas eu sabia que a historia ia me irritar.
- Eu lembro muito bem, não precisa contar. - Cortei ela, mas não adiantou.
- Ficava me sentindo horrível, toda vez que olhava no espelho imagina como Micael podia ainda não ter me traído. Mas todo dia ele chegava a noite e me dava um beijo na testa, fazia questão de dizer que eu estava linda. - Sabia, já estava irritada.
- Dá um tempo, Luiza. - Ela me olhou. - Se você quer manter um dialogo, não vai ser falando do Micael que você vai conseguir.
- Vou lá ver o Felipe. - Ela disse com a cabeça baixa, mas no mesmo instante a porta se abriu e Felipe veio correndo até mim, chorando.
- Titia, fiz dodói. - Ela chorava e eu estava olhando o joelho ralado. Ele não tinha nem olhado pra Luiza, não sei porque, mas isso me deixava feliz.
- Caiu foi? - Ele assentiu e eu levantei, segurando sua mão e o levando pro banheiro, onde tinha um pequeno kit com mertiolate e gases. - Depois que fiz o curativo, nós voltamos pra sala. Luiza estava no mesmo lugar.
- Tá melhor, filho? - Ela perguntou, mas ele só balançou a cabeça. Eu deitei em um sofá e ele manhoso escolheu deitar ali comigo. Deu pra ver que ficou puta.
- Espera que daqui a pouco ele reage, só fica manhoso porque machucou. - Ela assentiu e nós ficamos num silencio constrangedor.

4 comentários:

  1. luiza chata,e amo esses momentos somic <3continuaa

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  2. é lógico que ele prefere a MÃE de verdade, a que criou. não uma que fugiu com um qualquer o deixando pra trás

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  3. Mica já ta pensando em outro filho que rápido KKKKKKK posta +++

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