Inevitável - Capitulo 89

- Micael, não surta. - Falei quando ele se aproximou.
- Por que estavam se abraçando? - Disse num tom controlado.
- Porque estávamos conversando e acabou acontecendo. - Falei baixo, mas parece que piorou a situação.

- Ah, conversando?! - Debochou.
- É, Micael. Pare de ser tão ciumento. - Suspirei e me sentei. Minhas pernas já doíam.
- É, Micael. Para! - Marlon ironizou e eu estava vendo a hora de Micael pular em seu pescoço. - Você acha o quê?
- Acho que você não vale nada. - Respondeu entre dentes.
- Acha que vou fazer o mesmo caminho que você? - Mica o olhou confuso. - Começar na Luiza e terminar na Sophia? - Então ele voltou a espumar ódio.
- Você não é nem louco! - Colocou o indicador no peito de Marlon, o empurrando pra trás.
- Micael, pelo amor de Deus, para com isso. - Me desesperei e ele olhou pra mim. A campainha tocou, mas ninguém se mexeu pra atender. Sabíamos que era Luiza e que ela entraria assim que ouvisse a gritaria.
- Você tem que se garantir um pouco mais. - Marlon sorriu de lado.
- E você tem que parar de provocar. - Rebati antes do Micael falar. E a Luiza então entrou.
- O que está acontecendo? - Olhou por todos os lados procurando provavelmente Felipe. - Cadê meu filho?
- Felipe está na casa de um coleguinha, vizinho aqui nosso. - Respondi e ela assentiu.
- E o que está acontecendo é que esse seu namoradinho ai está dando em cima da Sophia. - Micael respondeu a outra parte da pergunta e eu vi o mesmo ódio no olhar de Luiza. E suspirei.
- Nada aconteceu aqui. - Repeti. - Vocês estão exagerando demais. Eu vim conversar com o Marlon, e no final nós nos abraçamos. Ninguém deu em cima de ninguém.
- Olha, esse aí pelo visto adora seguir meus passos, né Marlon? - Debochou.
- Não fode Micael. Nunca nem olhei pra Luiza enquanto ela estava com você. - Marlon deu de ombros.
- Mas vivia me chamando pra sair. - Ele pensou um instante. - Queria me ver solteiro é?
- Marlon, por que fazia isso? - Luiza parecia mais triste do que com raiva.
- Nada a ver com você linda. Sempre achei que vocês casaram muito cedo, Micael nem aproveitou a vida. - Disse agora mais calmo.
- Quando você encontra o amor da sua vida, não existe muito cedo. - Luiza falou e agora quem estava ficando irritada era eu.
- Ah, "O amor da sua vida"? - Marlon repetiu. - Tá fazendo o que comigo então? - Ele agora estava chateado.
- Não assim, Marlon. Era, naquela época. Muita coisa mudou. - Ele respirou fundo.
- Eu não entendi essa briga toda por causa de uma droga de abraço. - Gritei. - Chega.
- Eu queria ver, se você entrasse nessa casa e me visse abraçando ela. - Disse com desgosto.
- Situações diferente. Vocês já foram casados. Eu nunca nem conversei com o Marlon por mais que dez minutos. - Rolei os olhos.
- Sei. - Ele saiu puto pra sabe-se lá onde. E eu respirei fundo.
- Desde que vocês começaram a namorar ele ficou mil vezes mais ciumento. -  Fechei os olhos e fiquei ali deitada no sofá.
- Não vai atrás dele. - Marlon perguntou e eu abri os olhos para encara-lo.
- Olha o tamanho dessa barriga pra eu ficar correndo atrás de homem. - Eu ri. - Daqui a pouco ele volta. Uma briguinha de vez em quando faz bem.
- Tá certa. - Assentiu. - E nós, linda? - Ela só estava parada olhando pra mim e pra ele. - Você não tá acreditando que eu dei em cima dela?
- Ela já me tirou o Micael. - Ela estava chorando...
- Luiza, eu não tenho nada com ele. - Eu estava com pena. Mas ela não respondeu, limpou o rosto com a mão e saiu também. Olhei para Marlon.
- Não vai atrás dela? - Ele negou com a cabeça.
- Acredito que ela tenha que pensar na vida dela. - Deu de ombros. - Eu sei que todo dia eu tava com uma mulher nova, mas eu parei com isso desde que comecei a namorar. Ela tem que confiar em mim.
- Tá certo. - Sorri.
- E tipo, não tem porque ter ciumes de você né. Como eu daria em cima de você com essa barriga aí? - Ele riu e eu também. - Brincadeiras a parte, não trairia o Micael dessa forma. - Ele deu de ombros
- É uma pena que eles sejam dois idiotas e não percebam isso. - Sorri e então senti que estava ficando molhada. Primeiro pensei que estava fazendo xixi, mas eu não conseguia controlar. Então arregalei os olhos.
- O que foi? - Ele perguntou preocupado.
- Acho que a Emily vai nascer. - Ele arregalou os olhos.
- Vou atrás do Micael. - Se levantou correndo.
- Não, não da tempo. - Suspirei. - Preciso ir para o hospital. - Então ele assentiu, eu fui trocar de roupa e ele pegou a bolsa dela no quarto, já tinha deixado preparada. Eu não estava sentindo nenhuma dor, o que era estranho. - No caminho a gente liga pra ele.

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