Inevitável - Capítulo 137

- Eu sei que sou um idiota, sei que não te mereço, sei que por vezes você esteve ao meu lado com toda paciência me ajudando a passar pelos piores momentos da minha vida e eu fui egoísta e mesquinho a ponto de talvez ter feito você passar pelo pior momento da sua. 
Ele fez uma pausa, buscando meus olhos na multidão. – Estamos separados ao que parece uma eternidade pra mim, eu não como direito, eu não trabalho direito, eu não cuido direito na minha vida, só fico pensando no quão idiota eu fui a ponto de estragar a relação com a pessoa mais maravilhosa que eu conheci. – Meus olhos já estavam enchendo de lagrimas e eu não sabia como agir. – Eu te decepcionei e não foi apenas dessa vez. Já falei besteira e já fiz muita besteira essa apenas foi a pior de todas. – Ele respirou fundo. – Eu só quero te pedir desculpas, te desejar muitas felicidades e que você encontre alguém que cuide de você do jeitinho que você merece. Alguém que perceba o seu valor e que te ame mais que tudo. – Sua voz falhou e um vazio pairou sobre a sala da nossa casa. Alguns olhavam pra ele, outros olhavam pra mim e nós dois estávamos chorando.

Alguém, segurou minha mão e me levou para escada, demorei alguns instantes ate perceber que era minha irmã. O que me surpreendeu, já que ela mesmo aceitando, nunca foi de incentivar minha relação com o Micael.

Eu fiquei parada olhando pra ele e ele me olhando de volta, não sabia o que fazer e nem o que falar. E tinha muita gente olhando pra gente deixando o momento ainda mais constrangedor.

- Eu já achei alguém que me ama mais que tudo. – Eu disse com a voz embargada e ele por reflexo procurou Diogo no meio daquele pessoal.

- Como já disse, eu espero que ele te faça... – Eu não deixei que ele terminasse aquela frase e o beijei. Eu o amava mais que tudo e tenho certeza de que ele também me amava. Ouvi alguns sons de gritos do pessoal e palmas de outros. Ele segurou em minha cintura e me puxou pra mais perto de si, intensificando nosso beijo. Quando nos afastamos, eu vi que bastante gente já tinha ido embora. – Por essa eu não esperava.

- Nem eu... – Respondi corando.

- Chega de beijo... –Chegou minha mãe batendo palmas. – Tá na hora de se despedirem dos outros convidados.

- Ei, não vou me despedir, não moro aqui. – Falei pra minha mãe e ouvi o suspiro de Micael.

- Seu amigo foi embora. – Ela disse e eu vi de relance que ele sorriu. – Acho que ele não gostou da cena.

- Tadinho do Diogo! – Coloquei a mão na boca. – Tenho que falar com ele. – Disse pegando meu celular do bolso.

- Jura, Sophia? – Falou enciumado.

- Jura que a gente nem se entendeu e já vai dar ataque de ciúme? – Ele ficou quieto e eu disquei o numero de Diogo. Estava quase caindo na caixa postal e então ele atendeu.

- Me perdoa. – Eu falei e ouvi o seu suspiro.

- Não precisa me pedir desculpas, Soph.

- Claro que eu preciso, a gente não conversou sobre isso, te chamei pra vir comigo e deu no que deu. – Eu estava absolutamente sem graça e o Micael estava sentado na escada me olhando de cara fechada.

- Sophia, nós combinamos de não namorar por que ambos temos relações mal acabadas, não se preocupa. Estou bem e não estou com raiva.

- Você é a melhor pessoa que existe. – Disse aliviada.

- Mas ó, se esse cara vacilar contigo outra vez me avisa que eu cuido dele hein! – Eu sorri com seu tom de voz descontraído e olhei automaticamente para Micael.

- Pode deixar, obrigada!

- Beijo, linda. Acho que você tem que conversar com seu marido ai. – Sussurrei alguma coisa em despedida e desliguei o telefone. Micael já não estava mais ali, estava á porta se despedindo de uns últimos convidados. Eu procurei Felipe e o encontrei, como da outra vez, na piscina de bolinhas. Fui até lá.

- Vamos amor? – Ele me olhou e sorriu. – Hora do banho.

- Vai ficar aqui tia? – Saiu correndo piscina e me abraçou empolgado.

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