Amor Demais - Capítulo 10

- Micael, a Laura está aqui. – Jessica repreendeu. – E não desrespeite a Sophia, o que ela faz deixou de ser da sua conta quando você terminou com ela.
- Dá um tempo de defender ela também, Jéssica. – Disse ignorante. – Eu duvido que se fosse o contrario Sophia te defenderia.

- Micael, você consegue ser tão desnecessário. – Levantei da mesa e fui pro lado de fora, precisava pensar, tomar um ar, qualquer coisa, desde que estivesse longe dele.


- Você é um sem noção. – Chay disse bravo.
- Ah, dá um tempo. – Voltei a me concentrar no meu prato.
- Vai pedir desculpas pra ela. – Jéssica disse e eu não acreditei naquele absurdo.
- Você só pode estar de brincadeira. – Bufei.
- Ela está certa, você praticamente humilhou a minha mãe. – Laura se meteu e eu já estava ficando irritado.
- Não se mete nisso, Laura. – Ela rolou os olhos. – Isso é assunto de adultos.
- Ah, claro, porque eu não devo entender o que o senhor disse pra ela né? – Me respondeu.
- Tá muito respondona desde que a Sophia voltou. – Esbravejei.
- Daqui a pouco a Lua volta pra chamar nossa atenção de novo. Vai falar com ela, Micael. – Mel brigou também.
- Nem fodendo, ela que foi embora, ela me deve desculpas e não o contrario. –Não encarei ninguém, apenas o prato.
- Que machista. – Jessica respondeu. – Ela não fez nada de errado, você devia superar isso.
- Já superei há muito tempo. – Respondi.
- Então mostra que superou, vai lá fora e pede desculpas. – Eu respirei fundo.
- OK, se é o que vocês querem. – Me levantei e sai do salão meio sem saber o que fazer quando encontrar a Sophia. Eu olhei em todos os lugares ali na frente, mas não a vi. Quando ia desistir, a vi sentada bem distante de todas as pessoas, parecia estar chorando, sei la. Engoli toda a minha raiva e forcei meus pés a caminharem naquela direção. Ela não percebeu a minha chegada até que eu toquei seu ombro, ela levantou no susto e me olhou com os olhos arregalados.

- O que você quer aqui? – Disse assustada e passando as costas da mão no rosto.
- Ér... – Eu estava sem graça de falar, não sabia o que dizer exatamente.
- Fala, Micael. – Gritou. Como estávamos bem distante, provavelmente isso não seria problema. – Veio aqui jogar mais uma vez na minha cara que eu sou a pior mãe do mundo e que dei pra todo mundo enquanto viajava?
- Não, eu vim pedir desculpas. – Disse baixo e rápido.
- Você o quê? – Disse surpresa.
- Vim pedir desculpas pelo que eu disse na mesa. – Dessa vez falei olhando em seus olhos.
- Uau, nunca ia esperar isso. – E então ela deu aquele sorriso lindo que sempre fez meu coração parar de bater, como é possível que essa mulher mexa comigo após todo esse tempo?
- Não acostume. – Baixei a cabeça.
- Ah, mas não ia mesmo. É difícil acostumar com alguma coisa boa em relação a você. – Ela disse rindo e se sentou na pedra, eu ignorando todos os meus instintos me sentei juto a ela.
- Eu não sou tão ruim. – Dei de ombros.
- Não costumava ser, hoje em dia eu chego a ter medo. – Seus olhos azuis eram brincalhões. Ficamos um tempo sem falar nada e então eu respirei fundo.
- Por que você teve que ir embora? – Falei meio alheio a tudo.
- Você sabe porquê eu fiz. – Ela olhava para o chão.
- Você não precisava ter feito, nossa vida era perfeita! – Dessa vez eu a encarei.
- Micael, nós nos conhecemos na escola, sem fomos amigos, sempre namoramos e eu sempre deixei claro pra você que eu queria ser modelo.
- Eu sei, mas ir pra tão longe... – Tentei buscar argumentos, mas eu não era ninguém sem a minha raiva.
- Eram seis meses, você não ia morrer se me esperasse. – Nós estávamos tão próximos, eu não me lembro com exatidão o ultimo dia em que conversamos sem brigar.
- Você passou três anos lá. – Olhe pro céu, estava tão estrelado e eu não estava conseguindo raciocinar direito, a vontade que eu tinha de deixar tudo aquilo pra trás estava em desvantagem perto do peso na consciência por Jéssica e o medo dela ir de novo pra longe.
- Você trocou de telefone e antes disso eu ligava e você não atendia. Você não me deixou ver ou falar com a minha filha. Se tivesse feito isso, eu não teria assinado o outro contrato. Eu teria voltado pra nossa família. – Ela estava chorando e o meu coração já estava partido e a ferida piorava cada vez mais. Eu segurava minhas lagrimas.

- Eu tenho tanta raiva de você... – Eu então a encarei, ela suspirou.

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