Amor Demais - Capitulo 15

- Sophia é minha mãe sim! – Eu sorri. – Jéssica também é.
- Desculpem, mas não tenho autorização de liberar a Laura sem a mãe dela aqui, ordem do Senhor Micael. – Eu bufei e peguei o celular, já discando o numero de Micael.

- O que foi agora? – Atendeu extremamente grosseiro. – Estou trabalhando.
- Será que você pode avisar a inspetora da escola da Laura que eu sou mãe dela? – Meu tom era parecido com o dele.
- Eu? Por que faria isso? – Era como se seu humor tivesse mudado drasticamente.
- Micael, combinamos que eu ia sair com a minha filha hoje. – A raiva contida na minha voz era tão evidente.
- Você combinou com a minha mulher, eu sou contra, não vou te ajudar. – Ele riu e isso elevou a minha fúria ao máximo.
- Como eu te odeio, Micael. – Eu praticamente gritei ao telefone. – Vai pro inferno. – Desliguei antes que ele pudesse responder.

- Pelo visto não deu certo né? – A expressão triste no rosto da minha filha me comoveu.
- Seu pai é tão cabeça dura! – Suspirei. – Vou ligar pra Jessica.
- Tá bom. – Ela parecia que ia chorar.

- Sophia, aconteceu alguma coisa? – Não sei porque, mas a voz de Jéssica sempre me confortava.
- Sim. – Funguei. – Micael é um estupido.  – Então eu virei de costas e senti que minhas lagrimas estavam transbordando.
- O que ele fez? – Ela suspirou e eu tomei ar antes de falar.
- Simplesmente bloqueou a saída da Laura comigo. Deu ordens pra ela só sair da escola com você. – Eu dei de ombros mesmo sem ela ver.
- Ai meu Deus. – Eu senti que ela prendeu o riso. – Me deixa falar com a Marcia, por favor. – Deduzi que era a inspetora e lhe entreguei o celular.
- Alô? – Disse desconfiada ao telefone. – Sim, sim, mas a ordem do Senhor Micael era deixar a menina com você. – Eu só encarava minha filha. – Tudo bem, tudo bem. – Ela tirou o telefone da orelha e me entregou forçando um sorriso. – Pode ir, Laura. – E então minha menina atravessou o portão e veio correndo me dar um abraço, como no dia do shopping.

- Ain, eu achei que não íamos poder sair. – Ela disse enquanto andávamos de mãos dadas para o carro.
- Olha, eu ia até o trabalho do seu pai acabar com ele. – Ela riu e prendeu o cinto de segurança.
- Você falou sério quando disse que odiava ele? – Seus olhos eram apreensivos.
- Por quê? – Eu a encarei antes de dar partida.
- Meu pai é legal, e eu acho que ele gosta de você. – Ela deu de ombros e eu não contive o sorriso.
- Ontem você disse que não era pra eu tentar nada com seu pai. – Ela riu.
- Ei, eu tô confusa, eu amo vocês duas. – Eu olhei pra frente e sorri com a minha menina adulta. – Onde nós vamos?
- Pensei em parque de diversões. – Ela abriu um sorriso imenso e eu a segui como um reflexo no espelho.
- Eu amo parque. – Ela bateu palminhas e nós fomos conversando até chegar, não era muito longe. Nós compramos passaportes e ficamos indo repetidas vezes nós mesmos brinquedos. – Podemos comer cachorro quente? – Ela juntou as mão me pedindo, igualzinho eu fiz com a Lua antes de sair.
- Claro, vamos lá. – Demos a mão e fomos até a carrocinha.
Nosso dia tinha sido fantástico, ficamos de sete horas até as nove  no parque e agora exaustas estávamos indo pra casa dela.
- Como você não tem raiva de mim? – Perguntei já bem próximo a casa.
- Hã? Por que eu teria? – Fez cara de confusa enquanto comia seu algodão doce e tentava se sujar ao mínimo.

- Eu fui embora e você era só um bebê. – Dei de ombros quando parei junto ao meio fio.

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