Amor Demais - Capitulo 25

- Oi, Soph! – Sorriu. – Oi, pessoa. – Ele estendeu a mão para Dudu.

- Eduardo. – Ele se apresentou.

- Podem entrar. – Disse cordialmente, mas tinha algo que pedia desculpas em sua expressão. Assim que entrei eu entendi, Micael estava sentado com um copo de uma bebida preta na mão eu presumi que fosse coca-cola, devido a quantidade. Laura estava sentada ao seu lado, mas sua expressão não era das melhores. Quando eu e Eduardo entramos no campo de visão, Laura simplesmente rolou os olhos, uma atitude bastante estranha pra minha menina que costumava me abraçar toda vez que me via.

- Ih, vou embora gente. – Micael se levantou da cadeira e colocou o copo na mesinha de centro. – Acho que tem pessoas desagradáveis aqui.

- Para de palhaçada. – Arthur brigou e ele bufou.

- Oi, filha. – Tentei chegar mais perto e ela simplesmente me ignorou.

- Vamos, papai? – Micael assentiu.

- Ei, você não vai falar comigo? – Perguntei reprimindo as lagrimas que já estavam começando a se acumular devido a sua frieza.

- Não quero. – Ela segurou a mão de Micael e então eu o olhei com toda raiva do mundo.

- Gente, da licença rapidinho. – Eu pedi a todos e eles assentiram.  – Quero falar com o Micael a sós.

- Não quero falar sozinho com você. – Respondeu grosso e eu me esforcei pra controlar o choro depois dessa resposta.

- Mas eu quero falar com você. – Respondi no mesmo tom. Meus amigos e as crianças saíram da sala e nos deixaram a sós. – O que você fez com a minha filha.

- Nada, tá louca? – Ele tinha um sorriso irônico no rosto que estava me irritando.

- Só falta ela dizer que me odeia, Micael. – Gritei, mas olhei para o corredor de onde eles tinham saído e respirei fundo. – Ontem ela me amava, você conseguiu fazer a cabeça dela contra mim.

- Eu não fiz nada, se a menina não quer falar com você, você deveria conversar com ela. – Respondeu no mesmo tom.

- Olha só, ela tem sete anos, não tem como me odiar da noite para o dia sem você ter ajudado. – Dei um passo em sua direção e apontei o dedo com fúria pra ele.

- Talvez você não deveria ter entrado na minha casa ontem e ficado falando besteira pra minha mulher. – Ele virou de costas e colocou a mão na cabeça.

- Eu não queria, ela me levou pro escritório, me mostrou uma caixa de fotos nossas que você tinha guardado até hoje e me perguntou o que tinha acontecido, ela disse que você já tinha contado. – Nossa conversa era gritada, praticamente eles, inclusive minha filha, estavam ouvindo tudo, o que era bem ruim.

- Ela sabe daquela caixa? – Ele recuou um pouco como se tivesse levado um soco no estômago. – Desde quando?

- Primeira vez que eu encontrei a Laura, ela soltou que sabia quem eu era porque tinha pegado uma foto de lá. – Eu estava estranhamente me sentindo culpada. – Eu disse a ela pra não fazer besteira, eu disse a ela que eu nem falava mais com você se ela quisesse. Eu não tenho culpa nenhuma dela ter brigado com você. Você foi infiel com ela, eu não mereço que a minha filha pare de falar comigo por causa disso.

- Brigado? Você acha que ela simplesmente brigou comigo? – Seu sorriso debochado voltou. – Ela foi embora, Sophia! – Ele gritou e eu fiquei em estado de choque, realmente não esperava que ela chegasse a essa atitude. – Pela segunda vez na minha vida a mulher que eu amo vai embora, pela segunda vez na vida da minha filha a mãe dela se despede e vai embora. Você acha que a gente não tem motivo pra ficar com raiva sendo que as duas vezes foi você?