Amor Demais - Capítulo 93

- Não estou com fome. – Fiz careta. Meu celular tocou e eu sorri ao ver o nome de Micael na tela. – Oi, amor! – Minha mãe rolou os olhos. 

- Oi, bebê! – Eu arregalei os olhos, como ele sabia?
- Que bebê, Micael? Hein, de onde tirou isso? – Fui um pouco grossa.
- Hey, foi só uma forma carinhosa de te chamar. Relaxa.
- Desculpa. – Respirei fundo.
- Está no hospital? – Mudou o assunto.
- Sim, vim ver meu pai! – Tentei manter a voz calma.
- Onde está? Eu vim com a Laura ver você. – Arregalei os olhos.
- Sério? – Falei mais surpresa do que deveria. – Estou na lanchonete com a minha mãe.
- Tá bom, vou ai. Beijo. – Ele desligou e eu olhei nervosa pra minha mãe.
- O que foi Sophia? – Perguntou preocupada.
- Micael está aqui mãe, não quero que ele saiba do exame.
- Ué, Micael é pai, ele tem que saber.
- Mãe nem sabemos se tem um bebe aqui. – Rolei os olhos. – Isso pode ser equivocado. Ele acabou de perde um filho, eu não quero...
- Deixa de ser paranoica. – Ela me interrompeu. – Você vai agir como se tudo fosse normal, eu pego o resultado do exame pra você. – Antes que eu pudesse responder Micael chegou me dando um beijo na testa e se sentando ao meu lado. Laura também me deu um abraço.
- Oi, meu amor! – A apertei muito forte.
- Mamãe, tá machucando. – Ela riu e eu a soltei.
- Desculpa meu amor. – Ela deu a volta e foi dar um beijinho na minha mãe.
- Oi vovó. – Minha mãe sorriu boba.
- Oi, Branca. – O tom de Micael era bem monótono.
- Oi, Micael. – Ela assentiu pra ele.
- Como está linda? E seu pai? – Segurou minha mão por sobre a mesa.
- Estou bem, marquei a cirurgia do meu pai pra amanhã.
- Que bom, já já ele estará bem então.
- Sim. – Demos um selinho. – Discuti com a mãe da Jéssica hoje.
- Discutiu? O que ela fez? – Perguntou curioso e eu rolei os olhos.
- Mulher ignorante demais, me falou um monte de desaforos. – Ele riu diante da minha cara com a testa franzida.
- Ruth é uma mulher difícil de lidar mesmo. – Deu de ombros. – Mas é gente boa.
- Não é nada! – Fiz careta.
- Ela fica assim porque gostava de mim, não superou eu ter deixado a Jéssica. – Ouvimos minha mãe bufar. – Melhor sogra que já tive. – Ele alfinetou e minha mãe o encarou.
- Escuta aqui rapaz... – Minha mãe ia começar, mas eu tratei de interromper.
- Não comecem os dois. – Falei num tom mais alto e fiquei de pé. – Você é meu marido e ela é minha mãe, eu adoraria que vocês se dessem bem pelo menos por alguns instantes.
- Sophia, isso não tem como acontecer, sua mãe é insuportável.
- Só que se vocês dois me amam, tem que fazer esse esforço por mim. – Eles ficaram em silencio. – Peçam desculpas um para o outro.
- Sophia, eu que sou sua mãe! – Eu bufei.
- Mas age como se fosse uma criança. Andem, façam as pazes. – Eles ficaram um tempo se olhando até que Micael suspirou e estendeu uma mão para minha mãe.
- Me desculpa, Branca. Prometo te tratar com mais respeito a partir de agora. – Eu sorri quando minha mãe apertou a mão dele e também se desculpou. Eu sorri, mas fiquei tonta logo em seguida e então sentei.
- Está bem, filha? – Minha mãe segurou minha mão e eu assenti.
- Você não quer aproveitar que está aqui e fazer um exame? – Micael pediu e eu arregalei os olhos.
- Não, eu estou bem. – Falei rápido. – Vamos ver se meu pai acordou.
- Sophia, você nem comeu! – Minha mãe brigou e eu reparei que a comida ainda não tinha chegado. – Fique aqui com o Micael e eu vou ver seu pai. – Eu assenti entendendo que ela ia atrás do meu exame.
- Está de segredinho com a sua mãe é?
- Eu amo você! – Ele sorriu e me deu um selinho.
Não demorou muito para que a comida chegasse. Fiquei com Laura e Micael ali por um bom tempo e graças a Deus não passei mal perto dele. Eu estava agoniada pra saber o resultado do exame, mas realmente queria que Micael desconfiasse disso ainda.
Um tempo depois Laura quis ir ver a Jéssica e eu disse pra Micael leva-la, enquanto eu ia pro quarto do meu pai.
Cheguei lá correndo um pouco e minha mãe sorriu quando me viu, igual meu pai.
- Pegou? – Perguntei e ela assentiu. Meu pai me olhou curioso.
- Peguei sim. – Estendeu o envelope e eu respirei fundo, pegando-o de sua mão.
- O que é isso? – A voz do meu pai ecoou pela sala.
- Um teste de gravidez. – Minha mãe respondeu e eu vi seus olhos brilharem. – Abre logo, Sophia. – Respirei fundo e então finalmente abri aquele envelope e confirmei as minhas suspeitas, eu estava gravida. Não sei o que fazer agora. – E então? – Lagrimas escaparam e meus pais ficaram preocupados.

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