Amor Demais - Capítulo 110

- Como assim a Laura tá gravida? – Lua perguntou com os olhos arregalados.
- Do mesmo jeito que nós ficamos um dia. – Sophia respondeu.

- Mas Sophia, a Laura tem apenas quatorze anos, isso não é aceitável. – Branca que também estava ali na casa de Sophia.
- Eu sei disso, ela é minha filha, lembra? –Sophia já estava irritada com o jeito que elas estavam falando.
- Não é possível que você aceitou isso assim de boa!
- Já tem três meses, tive tempo suficiente pra superar esse fato. Micael não fala com a menina desde que descobriu, a ultima coisa que ela precisa é que a avó e a madrinha virem as costas pra ela também. Entenderam?
- Sophia, você é louca. – Lua continuava reclamando. – Por que não abortou essa criança enquanto ainda dava?
- Você só pode estar de brincadeira! – Disse com raiva. – Essa criança é a minha neta.
- Exatamente, você não ta com idade pra ter neta ainda – Falava como se soubesse de tudo e Sophia começou a realmente se irritar.
- Eu acho melhor você ir embora. – Se levantou e disse rápido.
- Você tá me expulsando?
- Você não é mãe da Laura, eu sou. É a minha neta e eu não acho que você devia falar essas coisas pra mim.
- Sophia, até parece que a Laura tem vinte e poucos anos, é casada e se sustenta. – Rolou os olhos. – Pelo amor de Deus, é uma criança com outra.
- Ela já deixou de ser criança a partir do momento em que engravidou. – Disse brava. – Agora, se você não pode apoiar a sua afilhada nesse momento difícil, eu vou pedir novamente que vá embora.
- Eu vou mesmo, ela foi idiota de engravidar, você foi mais ainda de não interromper essa gravidez. – Pegou a bolsa e virou as costas sem se despedir, Sophia suspirou e se jogou no sofá, mentalmente exausta.
- Acho que não devia ter brigado com a sua melhor amiga. – Branca falou com a voz calma e apenas teve outro suspiro da filha em retorno. – De certa forma ela esta certa.
- Certa? Você também acha que eu devia mandar a Laura matar o bebê? – Arregalou os olhos pra mãe que negou com a cabeça numa atitude meio desesperada.
- Claro que não né. Só acho que você está contente demais, não vê o real problema da situação. – Deu de ombros.
- Sabe qual é o real problema da situação? – A mãe permaneceu em silencio esperando que a filha terminasse. – Vocês não tem noção do que acontece dentro dessa casa. Eu já briguei com a Laura quando descobri, nós discutimos, eu me alterei demais e acabei fazendo o que não devia. – Branca prestava atenção ainda quieta. – Eu a obriguei a contar para o pai achando que ele fosse apenas reforçar a bronca e chama-la de irresponsável, mas você sabe o que ele fez? Sabe?
- Não sei, filha. – Disse baixo, um pouco com vergonha por ter falado sem saber das coisas.
- Ele a expulsou de casa, ele chamou a filha dele de tudo quanto é nome possível e a expulsou de casa.
- Micael? – Ela tinha a boca aberta e os olhos arregalados em sinal de surpresa. – Serio?
- Eu não brincaria com isso. – Disse ainda brava. – Meu marido estava expulsando a minha filha e meu neto de casa bem na minha frente.
- Mas elas continuaram aqui.
- Claro que sim, eu nunca deixaria que a Laura passasse por tudo que eu passei. Entendeu? – Sua voz tinha um certo tom de emoção contida.
- Eu amo demais aquela menina e eu não saberia viver sem, simplesmente não posso deixar que nada de mal aconteça com ela. Eu mesma já causei muito mal a ela.
- Sophia, você não pode passar a mão na cabeça dela só porque há uns anos você foi embora! Todo mundo erra.
- Mas o meu erro causou sofrimento demais a ela e ao meu marido mãe e eu não vou deixar que nenhum dos dois sofra mais por minha culpa. – Terminou e pegou folego.
- Eu não vou discutir com você por causa dela, é sua filha, sua neta. Você sabe o que é melhor pra sua família, certo?
- Certo! – Eric entrou na sala com cara de sono e foi andando até a mãe, que o abraçou e o puxou para sentar em seu colo.
- Mamãe... – Chamou e Sophia sabia que ele ia pedir algo pra comer. – Posso tomar um danone? – Ela riu.
- Pode filho, só pegar na geladeira. – Colocou ele no chão, que ia sair correndo.
- Ei, não da nenhum beijo na vovó? – Ele riu sapeca e dei um beijo e um abraço antes de sair correndo rumo a cozinha.
A gravidez de Laura foi bem tranquila apesar de sua pouca idade, Sophia tinha muito cuidado então marcava consultas além do necessário para a filha, só pra saber se a neta estava bem.
Foi quando a pequena Isabella nasceu que a família se desmanchou com a fofurinha.
A menina veio ao mundo antes de completar os nove meses, mas nada preocupante demais.
Sophia estava aflita na sala de espera, andava de um lado para outro e roía as unhas. Micael estava ali para apoia-la, assim como os pais do menino, que se encontrava na sala de parto junto com Laura.
A noticia de que a gorduchinha havia nascido trouxe um sentimento de paz a Sophia e a cara de Micael não mudava, sempre muito sério.
A menina gordinha e cabeludinha, toda inchada era a coisa mais fofa que já tinham visto e Soph começou a chorar descontroladamente pelo vidro do berçário. 

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